(NOTAS DE BELMONTE – ‘BEBEL’ PARA OS MAIS CHEGADOS)

Se o professor Alberto Rocha, de Bebel chegou a perder um minutinho de seu tempo e leu a Umas e Outras… passado, que lhe enviei daqui da Capitania dos Ilhéus por e-mail, naturalmente terá dito: Não, companheiro, Tupã Cavalo não casou com a Iara do Jequitinhonha, ele a violentara!

Assim sendo, não foi a simples união matrimonial entre esses seres mitológicos que gerara a Iararana de Sosígenes Costa, como o escorrego grafado no escrito anterior, e sim a relação forçada, além disso, por ter sido do referido lente, tempo atrás, a primeira vez que eu ouvira falar do indianista poema, respalda o preâmbulo deste.

Nesse excerto me prendia aos viajantes do Jequitinhonha e ao ‘olhar’ de cada um. Como apontava também o desenfreado desmatamento ribeirinho e a construção da Hidroelétrica de Itapebi como respectivos, protagonista e coadjuvante do assoreamento do rio, e o afetar, reclamo dos pescadores, de sua piscosidade (anteriormente o Robalo, Cangoá, Carapeba, Bicudo, Tainha, Caçari e outros tipos de peixes abundavam), aposto que, o amigo professor acrescentaria às causas desse cenário, a implantação da floresta de eucaliptos empreendida pela Veracel em suas terras adjacentes.

Como a embarcação que percorre suas águas ficara ancorada perto da foz, e o rumo traçado direciona aportar na cidade num dos fluxos de maré alta, a suposta inclusão desta empresa me fez vir à tona um caso no mínimo sui-generis. Desde antigamente, ou para ser mais claro, desde a última divisão territorial municipal legal nessas bandas, Marília (onde fora a fábrica da companhia instalada) sempre pertenceu a Belmonte. De repente, assim como num passo de mágica, pimba: este povoado passa para o domínio de Eunápolis! Como antes da instalação fabril o escritório empresarial atendia nesta cidade, nesse ínterim, conta-se, fora bolado um “acordo de cavalheiros” formado por autoridades desses dois municípios e as da entidade celulósica em referência que, embora visíveis e significativas as contribuições dadas à empresa com as plantações e com o escoamento do produto pelo chamado “Porto da Celulose” no território belmonense, dos benefícios da contrapartida empresarial, coube somente a Bebel uma rebarbinha, pois lhe afanaram a base industrial.

Versa outra conversa na comunidade regional que não houve cavalheirismo coisa nenhuma, mas mutreta da grossa e dindin pesado na jogada. Abro um parêntese para dizer não ter nada contra a progressiva e adolescente cidade eunapolitana, mesmo porque ela não tem nada com isso e a prezo desde a garotinha Sessenta e Quatro, o primeiro povoado do mundo. Mas para a vovó Bebel que os estudos desenvolvidos pelo arquiteto paulista Júlio Louzada a coloca, com fortes argumentos, candidata ao marco português na polêmica do Descobrimento, não é justo os seus direitos serem surrupiados de maneira tranquila e calma.  Em mim, como uma prova, são vivas as lembranças da chegada à cidade pela empoeirada BA 275 das urnas (lembra aquelas de lonas factíveis de serem fraudadas tais e quais são corruptos quase todos os nossos políticos, sem nenhuma mudança de lá pra cá?) de Barrolândia, de Marília e o frisson dos candidatos por um votinho a mais.  Seria de bom alvitre então, agora como um adendo, se fosse feito por quem da competênciaum esclarecimento à sociedade regional e baiana freando uma maior propagação  que  Casa de Noca é café pequeno para o Estado da Bahia.

Pois é isso. Esses votos somados não foram canalizados ou sei lá o quê fizeram deles! para impedir acontecer essa dissimulada até que se prove o contrárioviolência. Violência muito pior que a sexual dos mitos, ou dizendo melhor, sem possibilidades de comparação e que, além da unicidade de suas características, constituiu-se em mais uma das inusitadas de Bebel.

Heckel Januário