:: ‘Falaê’
Maria Regina Canhos Vicentin em: O bebê nasceu!
Que bom, o bebê nasceu! Agora uma nova etapa se inicia na vida de vocês. Pode ser que não seja o primeiro, mas mesmo não sendo, ele é uma pessoa singular e, dessa forma, terá reações completamente diversas da primeira experiência. Se for o primeiro então, tudo é novidade. Desde o chorinho até as noites em claro, o cansaço, a preocupação, os denguinhos e cuidados, os mimos excessivos e o desejo de mostrar pra todo mundo que vocês acabam de ter um bebê. Aproveitem pra curtir essa fase ao máximo, pois ela passa rápido demais. Quando vocês se “ligarem” de fato, o bebê já estará grandinho e não será mais possível vivenciar a amamentação, o colinho, as primeiras palavras e passinhos. Tudo isso já estará fazendo parte do passado e não voltará mais, a menos que vocês realizem nova “encomenda” e reiniciem tudo com outro bebê.
Não se sintam excessivamente preocupados. No fundo no fundo, seu bebê precisa inicialmente apenas comer, dormir, ser devidamente higienizado e acolhido com amor. Isso não é tão difícil assim visto que, muito provavelmente, vocês o amam tanto que se desincumbirão de tais tarefas com facilidade, além de poder dividi-las com terceiros: avós, tios, vizinhos… Sempre encontramos alguém para dar uma mãozinha quando realmente necessitamos. O que cansa mais é a preocupação, a noção errada de que nosso bebê não irá sobreviver se não estivermos vinte e quatro horas olhando para ele e verificando sua respiração. Isso sim é estressante e efetivamente deixa os pais em frangalhos. Aceitem meu conselho: não se preocupem demasiadamente com seu bebê. Quando ele estiver descansando, aproveitem para descansar também. Vocês irão precisar estar descansados para quando o bebê acordar e solicitar atenção.
A ética do resultado
* por Tom Coelho
“Fins éticos exigem meios éticos.” (Marilena Chauí)
A geração Y possivelmente nunca ouviu falar de Gérson de Oliveira Nunes, jogador de futebol que integrou a equipe campeã mundial em 1970. Seu nome ficou eternizado quando, em 1976, protagonizou uma propaganda de cigarros na qual, após desfilar os diferenciais do produto, proclamava: “Gosto de levar vantagem em tudo, certo? Leve vantagem você também”. Assim nasceu a “lei de Gérson”, amplamente estudada por sociólogos e antropólogos, utilizada para designar a natureza utilitarista do brasileiro.
A estabilidade econômica advinda com o sucesso do Plano Real (1994), associada às políticas de transferência de renda da última década, conduziram-nos ao mercado de consumo. Experimentamos com uma defasagem de 50 anos o que norte-americanos vivenciaram em meados do século passado. O controle da inflação e a expansão do crédito fizeram-nos descobrir o prazer de comprar. E isso modificou nossos padrões éticos.
Em ano de eleições esta constatação é cristalina. Não importam os escândalos e desmandos de governos, em todos os seus níveis, revelados pela imprensa. Pouco importa a biografia dos candidatos. Torna-se insignificante a história dos partidos e os conchavos entre as legendas. A sociedade está anestesiada, porque foi entorpecida pela ética do resultado.
Nas escolas privadas, estudantes deixaram de ser aprendizes para se tornarem clientes. Assim, pagam uma mensalidade como quem compra um diploma em suaves prestações, exigindo não a qualidade de ensino, mas sim as facilidades para serem aprovados. Vale a pretensa inclusão no mercado de trabalho.
Legião da Boa Vontade (LBV)
Depressão infantil
por Paiva Netto

Paiva Netto
Recente levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) demonstra que, em todo o planeta, 20% das crianças e dos adolescentes apresentam sintomas de depressão, como irritabilidade ou apatia e desânimo. Os dados referentes ao Brasil sugerem que esse tipo de distúrbio se faz presente entre 8% e 12% da população infantojuvenil.
É um número preocupante. Saber lidar com essa problemática, que jamais esteve restrita a adultos e idosos, é providência urgente para pais e educadores.
O programa “Educação em Debate”, da Boa Vontade TV (canal 23 da SKY), que discute os principais assuntos da educação pela ótica da Espiritualidade Ecumênica, entrevistou o dr. Gustavo Lima, psiquiatra da Infância e da Adolescência, que nos aponta algumas causas da depressão nas fases iniciais da vida e como notá-las: “Primeira coisa — uma investigação clínica pormenorizada. Segunda coisa — é muito importante lembrar que os transtornos afetivos na infância e na adolescência são de causa multifatorial, ou seja, diversos fatores podem causar a depressão: genéticos, ambientais, entre outros. Entretanto, na nossa prática clínica, o que aumenta muito a chance de uma criança ficar deprimida são os ambientes familiar e escolar desfavoráveis”.
DIFERENÇA COMPORTAMENTAL
Marli Gonçalves em: Vamos bater panela?
Contra a mentirada. Contra a imposição de pensamento. Contra usarem religião e botarem Deus em tudo. Contra a corrupção. Contra a violência. Contra a falta de senso. Contra a banalidade, contra a gente não poder comer chocolate todo dia… “Vamobatêlata”!”Vamobatêbumbo!
Durante muitos anos e até há bem pouco tempo mantive guardada uma panelinha linda. Ela era daquelas boas, pequenina pero cumpridora, bem antiga, inox sólido, Rochedo, tipo caçarola, e toda amassadinha, de tantas manifestações de que participou, junto de uma amiga colher. Qualquer bronca que aparecia e queríamos protestar, lá ia ela comigo para a janela fazer barulho, durante alguns bons minutos. Funcionava, porque muitas donas de casa participavam, em geral às seis da tarde, e vocês bem sabem que mulher quando entra na brincadeira, aproveita e desconta, fazendo barulho, batendo com força já que não tem um daqueles sacos de treinar luta de boxe…Levanta o braço aí quem lembra disso!
Essa imagem me veio à cabeça esta semana e imediatamente lembrei da minha panelinha e me arrependi duramente de tê-la jogado fora em uma dessas faxinas que a gente tem de fazer de vez em quando, principalmente quando muda e quer carregar tralhas a menos. Acho que pensei que nunca mais iria querer ou precisar usá-la; afinal o país tinha se livrado da ditadura, do Collor (última vez que me lembro de bater panela), do alto custo de vida, de gente dizendo o que podíamos ver ou não. Ledo engano. Esta semana, se eu ainda a tivesse, a teria usado fazendo barulho para alertar a quem pudesse. Ou, se o tal deputado Protógenes Queiróz, do PCdoB, passasse por mim, corria o risco de ele próprio levar uma panelada pra se tocar, por tentar impor a moral de meia tigela dele.
Patrulheiro da moral? Não é que esta pessoa chegou a pedir que o filme Ted, que todo o mundo sabe que é estrelado por um ursinho de pelúcia bem malandrinho, que fuma maconha, gosta de mulher, etc. e tal, fosse proibido, porque o enlatado entalou a mente dele? Tudo porque- desculpem: burro ou sem noção? – levou o filho, o “pequeno Juan”, de 11 anos, para vê-lo? O filme tem classificação correta, de 16 anos.
Maria Regina Canhos Vicentin em: Faroeste caboclo
Faroeste caboclo é o título de uma canção do grupo Legião Urbana, na voz de Renato Russo, que narra a estória de João de Santo Cristo. A música conta como esse personagem se tornou bandido, discriminado por sua cor e classe social, como foi traído e em que condições foi morto. É o retrato de inúmeros Josés, Joãos, Silvas e Souzas da vida. É o cenário que vem sendo exposto e explorado continuamente pela mídia televisiva através de suas reportagens sobre o tráfico de drogas e o confronto com a polícia. É o que tem alimentado o horário nobre da telinha e enchido de horror o povo brasileiro.
Alguns buscam a justiça ao seu próprio modo. Parece que voltamos atrás no tempo, na fase da vingança privada, que por conta de seus intermináveis conflitos acabou determinando o surgimento da pena de talião, como forma de delimitar os castigos. Assim, a pena consistia na aplicação da mesma agressão sofrida, daí a expressão: “olho por olho, dente por dente”. Se observarmos bem, veremos que aparentemente estamos diante de um retrocesso histórico. Nossa Justiça não vem inspirando credibilidade, pois simplesmente, em muitos casos, não há justiça! O clima de insegurança é perturbador e todos têm medo. A desconfiança perpassa qualquer relacionamento e a predisposição em reagir fica automaticamente acionada para alguma eventualidade. Fazemos coisas que sequer imaginávamos fossemos capazes. Ficamos embrutecidos, aborrecidos, esquisitos… e nem sabemos por quê. Mas estamos ali, todos os dias, em frente à telinha, alimentando nosso subconsciente com informações negativas que fomentam nosso desejo de vingança e nos fazem crer que nada de bom existe neste mundo.
Não me admira que alguns tenham partido para ações pouco recomendáveis em função de se acharem no exercício de seu pleno direito. A vida das pessoas parece ter muito pouco valor. Apenas parcos reais. As balas, provavelmente, dão a sensação de que conseguirão aquilo que algumas palavras não conseguiram. Ao final, restam muitas lamentações, meses de expectativa e a dor do arrependimento. Mas quem se interessa por isso? Acaso a TV aborda o peso na consciência, a frustração, o medo de enlouquecer? Nada disso é mostrado. Permanece ignorado, pois não interessa. Mostra-se o sangue, o desejo de vingança, a ira… mas, pouco se retrata acerca da desolação subsequente. Faz-se crer que o homem pode ser feliz dizimando sua própria espécie. Esse clima de animosidade que estamos vivenciando atualmente vem sendo fabricado e alimentado pelos meios de comunicação que, ao invés de promoverem a vida, insistem em promover a morte e a degradação.
Existem muitos homens de bem que não são vistos, não são mostrados, não dão ibope porque não mancham a TV de sangue. É muito triste ver o povo brincando de faroeste, como se o outro fosse um inimigo a ser eliminado da face da terra. Se a moda pega vamos ter que encomendar colete à prova de balas para grande parte da população. Aqui vai um alerta para você que está lendo este artigo: se algo ou alguém o encoraja a praticar um crime contra o seu próximo, muito provavelmente, esse algo ou alguém não é bom para você. Simplesmente se afaste; e sua vida irá, com certeza, melhorar!
Maria Regina Canhos Vicentin (e.mail: contato@mariaregina.com.br) é escritora.
Maria Regina Canhos Vicentin em: Luz na prisão
Atualmente, o Brasil possui a quarta maior população carcerária do mundo; cerca de quinhentos mil presos. O número de mulheres encarceradas dobrou nos últimos dez anos, a maioria por participação em assaltos e envolvimento no tráfico de drogas. É uma parcela significativa da população, e que aumenta a cada dia. Além disso, a prisão de alguém mobiliza não só a pessoa em si, mas também a sua família, e, por que não dizer, a sociedade como um todo. São números que precisam ser analisados. Não podemos ficar indiferentes a esses dados alarmantes. Algo precisa ser feito para que exista uma conscientização em relação à prática delituosa: o que leva alguém a praticar um crime, os efeitos disso na pessoa, como se libertar dessa situação… Tudo isso pode ser apresentado como reflexão para o preso, sua família e demais interessados. Pensando nisso foi que surgiu, numa iniciativa inédita: Luz na prisão, um livro destinado aos encarcerados.
A obra, que conta com o prefácio do desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, Antonio Carlos Malheiros, e passou pela revisão doutrinária de Bonifácio Hartmann, sacerdote da Ordem Premonstratense e de Raul Suzin, frade da Ordem dos Capuchinhos, tem o intuito de mostrar à pessoa em conflito com a lei como a tendência ao crime foi se delineando em sua psique, e de que forma pode proceder para reverter essa situação, buscando uma vida melhor.
Ninguém está livre da possibilidade de cometer delitos. Muitos há que os praticam e não são surpreendidos. Outros são condenados por crimes que não praticaram. Diversos continuam impunes por ausência de provas. O mundo contempla inúmeras desigualdades sociais. Quem tem dinheiro pode custear bons advogados e, com maior probabilidade, livrar-se do cárcere; mas quem não dispõe de recursos financeiros quase sempre está sujeito à própria sorte, amargando por vezes a sentença condenatória. Políticos vivem envolvidos em escândalos, mas raramente são presos. Alcoolistas, prostitutas, pobres e negros são abordados constantemente em revistas policiais e, portanto, estão mais sujeitos às apreensões. É uma realidade brasileira. Uma realidade que precisa mudar!
O uso e consumo de substâncias entorpecentes vem alterando a feição dos nossos encarcerados. Hoje, até mesmo integrantes de famílias relativamente estruturadas ingressam na criminalidade levados pelo vício e comércio das drogas. Pessoas perdem sua saúde e dignidade, geram crianças doentes, e participam de negociações escusas. Não conseguem sair de onde não deveriam ter entrado. Precisam compreender o processo que leva à prática de ações delituosas. Isso pode ser feito analisando-se exemplos dos que trilharam esse caminho e servindo-se de orientações de quem trabalhou vários anos com pessoas em conflito com a lei. Testemunhos dos que atravessaram a provação e saíram vencedores também servem de motivação para quem deseja tomar um novo rumo. Tudo isso você vai encontrar na obra, Luz na prisão. Um livro escrito com muito amor para todo aquele que vivencia a experiência do cárcere em sua vida. Lançamento em 22 de outubro (segunda-feira), às 19:00 horas, no auditório do SENAC – Jaú (SP).
Maria Regina Canhos Vicentin (e.mail: contato@mariaregina.com.br) é escritora.
Maria Regina Canhos Vicentin em: A mágoa
Acredito já ter escrito algo sobre a mágoa. Algumas situações, no entanto, motivaram-me a abordar esse assunto novamente. É muito triste perceber como as pessoas perdem seu precioso tempo remoendo episódios passados desagradáveis. Provavelmente expliquei que a mágoa é produto da raiva contida. Assim, só experimenta mágoa aquele que passou pela raiva sem lhe dar vazão, ou seja, guardou a raiva em seu coração. Nem sempre é fácil colocar a raiva pra fora, sabemos disso. Em alguns casos, a prudência recomenda que contemos até dez antes de falar ou fazer alguma coisa que poderia ser desastrosa. Entretanto, ficar guardando a raiva indefinidamente também não é uma boa opção, pois com o tempo ela se transforma em mágoa, e pode ser responsável por inúmeras doenças físicas, além das emocionais. Como fazer então?
Em primeiro lugar, avalie se você sente mágoa de alguém. Aquela tristeza profunda oriunda do fato de ter sido desprezado, desconsiderado, traído, enganado, humilhado, entre outros, por alguma pessoa de seu relacionamento. Identificada à situação e a pessoa ou pessoas que deram causa à mágoa, procure perceber como por trás dessa tristeza ainda existe muita raiva de tudo isso. Talvez, você ainda não tivesse se dado conta de quanta raiva estava guardada dentro de seu coração. Pois bem; identificada a raiva, é preciso que faça a escolha de colocá-la para fora de você. Como? Procurando canalizá-la através de condutas mais apropriadas, como a prática de um esporte ou arte; ou ainda, por meio de uma conversa franca com quem o magoou.
Legião da Boa Vontade (LBV).
Meio ambiente e Apocalipse
por Paiva Netto

Paiva Netto
Dezesseis de setembro é o Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio, da qual dependemos para não morrer torrados. Sem ela, ficaríamos completamente vulneráveis aos raios ultravioleta emitidos pelo Sol. Alertamento que podemos divisar no Apocalipse de Jesus, em “O Quarto Flagelo”, 16:8 e 9: “O quarto Anjo derramou a sua taça sobre o Sol, e lhe foi dado afligir os homens com calor e fogo. Com efeito, os homens se queimaram com o intenso calor, e blasfemaram o nome de Deus que tem a autoridade sobre estas pragas, e não se arrependeram para lhe darem glória”. Voltarei ao assunto.
Em 21/9, comemoramos o Dia da Árvore. Destaco, por oportuno, a iniciativa, de abrangência global, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. No site da United Nations Environment Programme (www.unep.org), encontramos detalhes dessa desafiadora empreitada: “Pessoas, comunidades, empresas, indústrias, organizações da sociedade civil e governos são incentivados a fazer um compromisso de participação on-line. A campanha encoraja o plantio de árvores nativas e árvores que são apropriadas para o meio ambiente local. Até o final de 2009, mais de 7,7 bilhões de árvores já tinham sido plantadas no âmbito desta campanha – muito acima da meta de 7 bilhões de árvores – por participantes de 170 países. (…) As árvores desempenham um papel crucial como componentes fundamentais da biodiversidade que constitui a base das redes da vida e dos sistemas, permitindo-nos saúde, bens, alimentação, combustível e outros serviços ecossistêmicos dos quais a nossa vida depende. Elas ajudam a fornecer ar puro, água potável, solos férteis e um clima estável. Os bilhões de árvores plantadas por meio do esforço coletivo dos participantes da campanha contribuirão significativamente para a biodiversidade em todo o planeta”.
O Brasil, muitas vezes castigado com a seca e as queimadas, tem muito a recuperar de sua flora destruída pelos incêndios, grande parte deles lamentavelmente provocada pelo próprio Ser Humano.
E não fechemos nossos ouvidos ao Cerrado brasileiro, que segue pedindo socorro. Sua extinção traria graves consequências para todos.
Preservação da Natureza
O Ocidente caiu com as torres
Enquanto o ex-presidente Bill Clinton fazia seu discurso histórico na Convenção democrática, senti-me em uma viagem no tempo – parecia que estávamos antes do 11 de Setembro, com os EUA em superávit, com uma visão multilateral do mundo, antes da brutal recessão que o boçal do Bush causou com sua política para milionários e Wall Street. Há muito tempo eu não era tão feliz. Pude esquecer por uma hora as caras dos republicanos: homens com fuças de bandidos violentos e mulheres com seus cabelos louros de ‘chapinha’, com o sorriso fixo de peruas imbecis.
Clinton explicou com destreza literária e estratégica como os republicanos provocaram o horror atual da economia, como impediram no Congresso que Obama fizesse correções na ‘herança maldita’ que deixaram e agora querem voltar para errar mais, num momento delicadíssimo da agenda internacional. Emocionou-me a dignidade daqueles dois, o preto bonito e o branco bonito, homens de bem, cultos, contrastando com os animais que pululavam na convenção republicana, com o fascista Clint Eastwood fazendo piadinhas e desonrando o fim de sua vida. Nunca mais vejo filme dele.
A crise econômica de 2008 começou em 2001, no 11 de Setembro. O ataque do Osama às torres dissimulou a estupidez do governo Bush (lembram de sua cara abestalhada quando soube do atentado?) Naquela cara estava traçado nosso destino dos últimos dez anos. Como um ‘presidente de guerra’, a desregulação das finanças foi escancarada, ninguém prestava atenção a nada, a não ser o ‘Cheney-Oil’ (que passou a mandar) e os ‘mestres do universo’, como os moleques de Wall Street se chamavam.
Logo depois do 11/9, o ‘patriotic act’ que Bush assinou justificou qualquer loucura, qualquer gasto para combater o terror. Não teríamos uma crise tão forte, se os EUA não estivessem gastando cerca de um trilhão por ano no Iraque e Afeganistão. O dinheiro rolava em cachoeira com baixos juros e a bolha imobiliária cresceu, os ‘derivativos’ e alavancagens criaram para os americanos um consumo fictício compensatório, que acabou estourando, como as minas que matavam jovens nos desertos do Oriente.
Bin Laden armou uma armadilha infalível: obrigou os EUA ao contra-ataque e, com isso, uniu o Islã.
Maria Regina Canhos Vicentin em: Violência sexual
Numa iniciativa da Coordenadoria da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, em parceria com a Escola Paulista de Magistratura, com o Núcleo de Estudos em Bioética–USP, e com o Centro de Estudos e Atendimento Relativos ao Abuso Sexual, aconteceu em 30 de agosto último, o seminário “Abuso Sexual: Bioética, Saúde e Justiça”, que teve como público alvo os operadores do direito e, em especial, profissionais das equipes interprofissionais que atuam nas Varas de Família e da Infância e Juventude, bem como profissionais que atuam nas equipes psicossociais hospitalares do Estado de São Paulo.
O seminário todo foi bastante interessante e contou com a participação do Desembargador Antonio Carlos Malheiros, do Juiz de Direito José Henrique Torres, do Ginecologista e Obstetra Prof. Dr. Jefferson Drezett, e da Psicóloga Prof.ª Dr.ª Gisele J. Gobbetti. De tudo o que foi falado, no entanto, alguns números me chamaram a atenção. Dr. José Henrique mostrou dados de pesquisas que apontam a ocorrência de 04 estupros por hora em São Paulo, enquanto que nos EUA esse número sobe para 78. Dr. Jefferson apresentou dados semelhantes, mencionando 42 mil estupros anuais em São Paulo e 683 mil nos EUA. Além disso, confirmou a prevalência do sexo feminino como vítima nos casos de violência sexual, num percentual de 85% a 90%.
Martini rompeu as fronteiras rígidas de sua instituição
04.09.12 – Mundo
Martini rompeu as fronteiras rígidas de sua instituição
Luiz Alberto Gómez de Souza
Sociólogo, diretor do Programa de Estudos Avançados em Ciência e Religião da Universidade Candido Mendes
Adital
Há personalidades irradiantes, como Gandhi, Luther King, Rosa Luxemburgo ou Helder Camara que não podem ser aprisionadas às instituições às quais pertenceram. São patrimônios da humanidade. O mesmo se dá com Carlo Maria Martini, que acaba de partir. Lendo sobre as exéquias de Martini em Milão, onde fora cardeal-arcebispo, me vem à mente outras, que participei em Roma, por ocasião da morte de Enrico Berlinguer, secretário-geral do Partido Comunista italiano. Longas filas de gente simples, que queria dar seu último adeus àquele que chamava as forças até então opostas a um compromisso histórico. Muitos se detinham diante do féretro e, muito à italiana, depois da saudação com o punho esquerdo fechado, faziam o sinal da cruz.
Sinto que a Martini homenagearam cristãos, crentes de outras religiões e não crentes. Ele dissera uma vez, parafraseando Teresa de Calcutá: “não podemos tornar Deus católico”, isto é, reduzido a uma instituição. Com as devidas proporções, o testemunho de Martini foi além de sua condição de cardeal da Igreja Católica. Padre jesuíta, notável especialista em Bíblia, fora diretor do Instituto Bíblico de Jerusalém e da Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, depois convocado de surpresa por João Paulo II para tornar-se arcebispo de Milão, na cátedra de Santo Ambrósio, de onde saíra anos antes Montini para vir a ser Paulo VI.
Desde o início não quis fechar-se no diálogo interno de sua diocese. Com o filósofo Massimo Cacciari, que foi prefeito de Veneza e militante do antigo Partido Comunista, fez um primeiro desenho do que seria a “Cátedra dos não crentes”, para debater com um amplo público os grandes temas da sociedade. Sinal e testemunho de pluralismo num mundo fechado em ideologias em conflito.
Legião da Boa Vontade
Apocalipse e esperança
Paiva Netto

Paiva Netto
Em 3 de abril de 1991, na cidade do Rio de Janeiro/RJ, tive a oportunidade de, pregando, dirigir-me aos que me honravam com a sua atenção:
A Profecia serve para alertar, fortalecer e dar esperança. Ela assusta apenas os que não a querem estudar sob a Intuição de Deus, os quais, por isso, vivem atemorizados. O Apocalipse não foi feito para apavorar com os caminhos obscuros do mistério, mas para iluminar as estradas da nossa vida, porque Apocalipse significa Revelação. E, como é Revelação, mostra-nos o que estava oculto. E, se descobrimos o que estava encoberto, perdemos o temor das coisas. O desconhecimento é o pai e a mãe da ignorância, a geradora do medo.
Esse breve comentário faz parte de meu livro “Jesus, o Profeta Divino”, da Editora Elevação. Nesse despretensioso trabalho, procuro demonstrar a universalidade do ensinamento do Cristo Ecumênico, o Divino Estadista. Cada vez que se conhece e entende melhor Jesus, a vivência do mais abrangente ecumenismo se torna realidade entre as criaturas humanas.
PROFESSOR HERMÓGENES
Recentemente entrevistado pela equipe da Boa Vontade TV (canal 23 da SKY), o professor José Hermógenes de Andrade Filho, pioneiro em terapias holísticas no Brasil, encaminhou-me exemplar de “O Presente”, com fraterna dedicatória: “Irmão Paiva Netto, entrego, confio, aceito e agradeço. Você é o ‘O Presente’ que Deus quer. J. Hermógenes”.
Da obra, trago-lhes uma passagem que vem ao encontro do Natal Permanente da Legião da Boa Vontade (LBV), que a tantas Almas socorre e ampara todos os dias: “Tenha sempre diante dos olhos espirituais o fato de que Deus, com todo seu poder e glória, não paira muito longe, em algum remanso cósmico longínquo, mas está dentro de você. Adore-O em seu altar de tranquilidade e silêncio. Sirva-O na pessoa necessitada. Garanto que Jesus celebra, no templo de seu coração, não uma vez por ano, mas em todos os dias, o mais Radioso Natal”.
SAMUEL RAWET
Recebi do nobre dr. Ariel Apelbaum o título “Samuel Rawet — fortuna crítica em jornais e revistas”, organizado por Francisco Venceslau dos Santos, com a seguinte dedicatória: “Ao Irmão Paiva Netto, com carinho do amigo Ariel Apelbaum”. Será um prazer me inteirar mais sobre o dr. Samuel Rawet (1929-1984), judeu-polonês, ilustre personagem de nossa história. Brasília está aí para confirmar. Além de contista, romancista, dramaturgo e ensaísta, foi engenheiro de cálculo de concreto armado, integrante da equipe da Novacap, quando trabalhou nos cálculos para a edificação do prédio do Congresso Nacional.
José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com