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O CORONELISMO NO COMÉRCIO DE ILHÉUS

Não são novidade minhas queixas e críticas ao comércio de produtos e serviços em Ilhéus. A cada dia me surpreendo com atitudes de comerciários e comerciantes (a maioria comerciantes, proprietários mesmo) que me deixam de queixo caído, e isso vai de um condicionador de ar desligado em pleno calorão de janeiro “porque o movimento hoje tá fraco” a um “qualquer lugar onde você for hoje, vai ser assim”, pra justificar demora, péssimo atendimento e falta de produto no cardápio de um restaurante, por exemplo. Entra ano, sai ano e quase ninguém se prepara para a demanda da alta estação, cabeças-duras e inertes no tempo e no espaço.
Não sou sociólogo nem antropólogo, mas admiro as duas ciências. Certamente o assunto já foi levantado no meio acadêmico, nas universidades e faculdades da região. Eu, na minha condição de leigo, porém bom observador, não tenho a menor dúvida de que alguma coisa está fora da ordem, e tem a ver com o cacau. Vou tentar explicar.
O cultivo e comércio do cacau teve sua época áurea, todo mundo sabe. Taí na literatura, que o saudoso Jorge tão bem retratou. Tinha coronel que cada safra era uma megasena. Veio a crise, muitos quebraram, mas nem por isso perderam a pose. Essa “pose de coronel” foi passada de geração a geração, seja ela falida ou não, seja ela cacauicultora ou não. É, tem muita gente por aí de nariz empinado que nunca foi rico nem plantou cacau na vida. Não que ser rico ou cacauicultor justifique a pose, a empáfia ou o nariz empinado.
Aí, essa metidez-de-coronel-do-cacau migrou pra tudo quanto é ramo de atividade, inclusive o comércio. Não são todos, claro, mas hoje eu vejo comerciantes por aí que não conseguem entender ainda que a razão da prosperidade dele é o cliente, que deve ser bem tratado e bem atendido mesmo, e os caras tratam os clientes como inimigos mortais. Tenho incontáveis exemplos ocorridos comigo e com pessoas próximas; fatos que, se contar, ninguém acredita. A sensação é a de que os tais comerciantes estão ali pra passar o tempo, que não dependem daquilo pra viver, que o cliente é um ser insignificante e que vale só a vontade dele, comerciante, porque é o “dono”, tal e qual os antigos coronéis do cacau. É a questão da cultura enraizada, problema difícil de consertar. Tem jeito? Tem. É só ir chegando gente de fora pra esquentar a concorrência, com a visão correta do que é a boa venda, a boa prestação de serviço e o bom atendimento, ao invés dessa mentalidade que, de tão tacanha e retrógrada, beira o ridículo. Quem não se endireitar, vai ficar pra trás. E quem sobreviver, verá.

Nilson Pessoa

2 respostas para “O CORONELISMO NO COMÉRCIO DE ILHÉUS”

  • Emílio says:

    Fato, passei raiva semana passada quando entrei em trés lojas no centro da cidade para comprar uma geladeira, em todos as lojas que entrei ninguém se a aproximou para fazer o atendimento, como eu sou nojento não chamei nenhum deles (vendedores) fui embora sem comprar a geladeira, que estou sem ate hoje por estes motivos, isso é Ilhéus-Bahia-Nordeste, isso é Brasil.

  • Cristiano says:

    Passei problemas idênticos na Bobs e na Sorveteria em frente ao Vezúvel. péssimo atendimento, se desejamos tracar um sabor de algum produto por outro, tem que ter adicional de preço, o ar condicionado não funciona e outros.

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