Os recentes acontecimentos em que vitimaram muitas pessoas, em Santa Maria (RS), mormente, jovens que deveria estar em nosso convívio, porém, foram transformados em vítimas dos inconsequentes descasos de uma sociedade bastante desorganizada até no lazer! Tal afirmativa se prende ao fato de que somente procuramos organizar coisas importantes, visando o bem-estar de uma cidade, Estado ou País, quando a situação fica realmente cheia dramáticas dores e amarguras tragédias com dura duras e ásperas recordações.

E nesse caso, o que se vê é uma grande concentração de ideias procurando as razões desses graves acidentes com quedas estrondosas de vidas humanas, como se fossem invasões súbitas de gente e no final apenas se procura os culpados, desconhecendo as principais causas: quem sabe, a negligência na fiscalização do poder público em deixar funcionar uma casa de espetáculo, com uma entrada e uma saída ao mesmo tempo! Se realmente só havia uma saída poderia ser usada a emergência, e por que este estabelecimento estava funcionando? Se o alvará de funcionamento estava vencido, por que foi realizada a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que tocou na boate Kiss em Santa Maria (RS), na madrugada de domingo dia 27/01/0013?

Muitas coisas estão rolando nesses inusitados acontecimentos, e segundo as autoridades policiais que apuram os lamentáveis acontecimentos, as imagens do circuito interno da Boate Kiss, em Santa Maria (RS), desapareceram, dificultando assim as futuras investigações. Por outro lado, podemos salientar que a negligência com a permissão da superlotação, ausência de severa fiscalização, e mais ainda, com uma estrutura deficiente, foi dado a irresponsável permissão de uso de pirotecnia num recinto completamente sem nenhuma segurança!

Nessa boate sempre foi de costume muitas apresentações com festas de jovens universitários, sendo um ponto de referencia para encontros de inúmeros estudantes, e que tinha uma capacidade para aproximadamente mais de 1.000 pessoas. Há muitos anos trás houve um incêndio, e este é o segundo mais fatal da história do Brasil. A pior tragédia deste tipo ocorreu em 1961 no Grande Circo Brasileiro, em Niterói, quando mais de 500 pessoas perderam a vida, deixando lembranças de que a alegria de uma casa de espetáculo pode se transformar em tristes recordações.

Por falta de possíveis fiscalizações, somente ouvimos comentários de especialistas tanto da administração pública e dos bombeiros afirmando que podem ter falhado ao não verificar, por meio de vistorias frequentes, se a casa noturna de Santa Maria se adequava às normas determinadas pela legislação de segurança publica. Podemos imaginar como se encontram as atividades dos poder público na rigorosa inspeção, pois o que mais vemos nessas tragédias é não cumprimento das normas legais. Prefeitura e bombeiros precisam atuar em conjunto com um trabalho de séria fiscalização, fazendo valer a segurança da população com vistorias nesses locais, só assim ajudam a reduzir o número de acidentes.

É preciso precauções, e cabe aos órgãos responsáveis interditar o local em caso de descumprimento da lei, assim como responsabilizar o proprietário e o locatário por qualquer risco que o estabelecimento possa apresentar, o que não observamos em nosso país. Além disso, segundo as autoridades que apuram tais acontecimentos, informam que não havia “qualquer sinal” de iluminação de emergência – que, em caso de incidentes, servem para indicar a rota de fuga mais rápida. O uso pirotecnia, num recinto de capacidade de um público de mais mil pessoas é um ato iminentemente criminoso de quem acendeu um sinalizador em meio a desempenho de uma apresentação de uma banda musical, onde todos estavam na euforia de uma festa, e no momento não poderia ninguém nunca idealizar e sair de tamanha fatalidade!

Muito descaso e falta responsabilidade! Como poderiam ser controladas as faíscas que teriam atingido o isolamento acústico do teto e desencadeado rapidamente o incêndio, que, infelizmente não pôde ser controlado. Nunca podemos entender a necessidade da pirotecnia em espetáculos dessa natureza, e muitos ainda afirmam que era comum nas apresentações. Seria loucura por um superfaturamento, e os donos da casa noturna nem os organizadores dessa festa deveriam ter dado permissão a essa prática muito estranha, uma vez que, consideradas as características do espaço, ela é proibida e pode causar grandes riscos. Somente os promotores dessas atividades em casa de espetáculos e a fiscalização do poder público não existem de forma geral, no país que muita gente sabia de nada!

Queremos aproveitar o ensejo para informar que em nosso País, existem muitos locais que não têm conhecimentos da falta de fiscalização também, nos bares e restaurantes por todo o Brasil, sem a devida inspeção das refeições, dos salgadinhos, cafezinhos e outros alimentos servidos aos seus clientes. Tem casa que exploram essa atividade de gastronomia, que olhando as mesas, cadeiras, liquidificadores, batedeiras de suco, cafeteiras, copos, xícaras, pratos, talheres e outros utensílios destinados para o atendimento ao público sem as mínimas condições de higiene. Deixamos então a critério das autoridades que comandam as normas para cumprimento das leis sanitárias em respeito ao povo que consome essa gororoba, como se diz no adágio popular. PENSEM NISSO!!!

Eduardo Afonso – Ilhéus-Bahia