Produção de petróleo na Bahia é anterior a criação da Petrobras
O potencial de exploração e produção do Brasil é resultado de uma trajetória de 70 anos, iniciada na Bahia, em 14 de dezembro de 1941, quando foi descoberto o poço Candeias -1, primeiro do País com produção comercial de petróleo. A data foi lembrada pelo secretário do Planejamento da Bahia e ex-presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, durante a palestra intitulada “De Lobato ao pré-sal”, realizada na noite desta terça-feira (21), na sede da Fundação João Fernandes da Cunha, em comemoração aos 21 anos da entidade.
Ao fazer uma análise histórica, Gabrielli ponderou que “apesar de produzir apenas onze barris por dia, esse poço é simbolicamente importante porque mantém viva a trajetória que a Bahia e o País tiveram com a exploração comercial do petróleo, antes mesmo da criação da Petrobras”, destacou o secretário.
Atualmente a Bahia produz 45 mil barris de petróleo diariamente, o que é relativamente pequeno diante da produção nacional, que beira os 2 milhões de barris, sendo o pré-sal responsável por 300 mil barris/dia. Contudo, explica Gabrielli, a Bahia continua sendo um player importante no cenário nacional. “O Campo de Manati, por exemplo, que está situado na Bacia de Camamu, é o maior produtor de gás do Brasil e recentemente, com o término do leilão de novos blocos terrestres na Bacia do Recôncavo e Tucano Sul, os investimentos em pesquisa e exploração em solo baiano serão intensificados”, afirma o secretário.
Estimativas iniciais apontam para a aplicação de recursos da ordem de R$ 875 milhões nas atividades de exploração e produção nas bacias do Recôncavo e Tucano Sul nos próximos três anos. Estes investimentos ocorrerão, sobretudo, na perfuração, com, no mínimo, 57 poços ao custo aproximado de R$ 720 milhões.
Além disso, outros investimentos estão em curso, sobretudo, na Baía de Todos-os-Santos (BTS). Na cadeia de petróleo e gás destaca-se o Terminal de Regaseificação da Bahia, cuja capacidade é metade do gasoduto Brasil-Bolívia, e no mês de agosto desse ano terá sido concluído ao custo de aproximadamente R$ 1,1 bilhão. O Estaleiro Enseada do Paraguaçú (EEP), que irá produzir navios-sonda também é uma realidade em curso. “A nossa expectativa é que sejam gerados 10 mil empregos e sejam investidos R$ 5 bilhões com a implantação de um polo da indústria naval”, afirma Gabrielli.
Petróleo na Bahia
Apesar da descoberta do petróleo no Brasil ter ocorrido em 21 de janeiro de 1939, no subúrbio de Lobato, em Salvador, a produção só se revelou economicamente viável dois anos depois, com Candeias-1. O poço, que em 1941 estava situado em território de Candeias, atualmente, com a divisão e nova demarcação dos municípios, encontra-se no município de São Francisco do Conde, no Recôncavo baiano.
Para a Bahia, a descoberta de petróleo representou um novo marco de desenvolvimento já que, após a decadência da indústria açucareira, o estado passava por uma grande estagnação econômica. A região do recôncavo só encontrou outro produto tão forte quanto o açúcar com o início da exploração comercial de petróleo, em 1941.
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Assessoria de Comunicação
Secretaria do Planejamento do Estado da Bahia