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Heckel Januário em: ANTES DE TOCAR NA BOLA

O cidadão aqui gosta de futebol “como qualquer brasileiro que se preze”, e mais, de discuti-lo e também, mesmo com os janeiros de muito reclamando, de praticá-lo, mas o gosto não me impede de ver como intempestiva a Copa de 2014. Noutros escritos a respeito deixei a entender que só a veria com bons olhos se as regras do jogo mudassem.

Mas pelo visto, nada mudou. Em 1988, um ano após a toda poderosa FIFA dar o veredicto a favor de o Brasil sediar o Mundial, o Ministro dos Esportes daqui fora enfático: não entrará um tostão de dinheiro público na construção de estádios. Qualé nada! Foi pura jogada de efeito na zona morta do campo, porque dos 26,5 bilhões de reais gastos até agora, 86,5% saíram dos cofres públicos: da União, o forte, dos Estados participantes e dos de suas respectivas cidades-sedes. A iniciativa privada que seria a grande responsável pelos investimentos, especialmente dos estádios, ou melhor, de entrar diretamente com o grosso da bufunfa, driblou um, driblou dois e fez um gol de placa: imprimindo derrota ao governo.

O argumento governamental é o de sempre: a Copa gerará empregos e oportunizará a infra-estrutura do país nos seus vários setores. Correto. A geração de vagas, notadamente na construção civil, embora com data marcada para encerrar, está sendo importante, mas o que me faz pasmar é a questão da infra-estrutura, que deveria ser uma preocupação permanente, necessitar de uma Copa do Mundo para tocá-la ou melhorá-la! E o execrável é –como repetidamente é denunciado nos noticiários– que nesse cenário se tem como praxe projetar uma obra com um valor, e no final este, através dos jeitinhos das reformulações de projetos, está o dobro: é o chamado superfaturamento praticado por empreiteiras, claro, com o beneplácito do agente público.

Num país –o que pese o esforço da mandatária maior na busca de soluções– onde os sistemas públicos de Saúde, de Educação continuam a andar de muleta, a Política necessitando ser amparada moralmente, a Insegurança se agigantando de modo generalizado por todo canto, enfim num país onde ainda  há carências de toda sorte, múltiplas e visíveis, são mais razões que me levam entender inoportuna a realização deste evento, aliás me atrevo a dizer que o Brasil se precipitou em ir ao ataque com a retaguarda desprotegida, vulnerável. Se notícias de irregularidades sérias na CBF, órgão maior do futebol brasileiro abundam, o bom senso e os bons costumes recomendam que o país em primeiro lugar, obrigatoriamente devesse jogar duro para limpar a área perigosa e só depois, com o time arrumadinho, candidatar-se a promover o Torneio, porque como está, fica parecendo que –como  o velho ditado– “quem  cala consente”.  Como o torcedor brasileiro, mesmo extasiado pelo som das ecológicas “caxirolas” de Carlinhos Brown, vai poder separar a emoção de ver o Canarinho jogar, dessas mazelas que o envolve e o domina? E por isso eu pergunto: Cadê a CPI para se constatar se consistentes ou não as denúncias?

Ademais a máxima do “consente” prevalecendo, dá provas que o exigido Fair Play restringe-se tão somente às “quatro linhas” dos estádios, fora deles, o jogo é pesado, e mais que isso: desleal.

Termino o blábláblá porque não tem jeito: A Copa virou prioridade nacional. Possivelmente pelo fascínio que exerce o futebol, pois é capaz de dobrar qualquer um. Não foi à toa que recentemente com orgulho a canhota da ‘presidenta’ inaugurou aqui na Bahia, a Fonte Nova. Mas torcedores presentes, daqueles observadores e detalhistas, andaram comentando que Sua Excelência deu uma “escorregada” antes de tocar na bola.

Heckel Januário

1 resposta para “Heckel Januário em: ANTES DE TOCAR NA BOLA”

  • Heckel Januário says:

    Lapso, lapso. Um leitor amigo me avisou. rsrsrsr. Na nona linha onde se lê “Em 1988…”, leia-se “Em 2008…”

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