Vale do Jiquiriçá tem a única mina de vanádio do Brasil
Na última segunda-feira, dia 13 de maio, foi emitida a guia de utilização especial para a construção da Vanádio Maracás Minério de Ferro. Com um investimento de R$ 260 milhões e gerando 1,5 mil empregos diretos e 4,5 mil indiretos, o depósito baiano será a única mina de vanádio do Brasil e de maior concentração do mundo. A unidade de processamento está em construção com previsão de início das atividades para novembro deste ano. Uma das aplicações do mineral é como aditivo do aço para elaboração de aço inoxidável, além de ser um elemento fundamental na criação de imãs supercondutores e construção de reatores nucleares.
O empreendimento será instalado no município de Maracás (a 357 quilômetros de Salvador), onde foi realizado hoje (17) o evento Diálogos Territoriais, coordenado pela Secretaria do Planejamento da Bahia (Seplan). A iniciativa é uma oportunidade para discutir as grandes temáticas dos Territórios de Identidade e ponderar se as políticas públicas estão na direção certa.
O secretário do Planejamento da Bahia, José Sergio Gabrielli, fez a abertura dos trabalhos e lembrou que o Território de Identidade do Vale do Jiquiriçá é rico em bauxita, ferro e vanádio. “O Estado está acompanhando o avanço das atividades de mineração no estado”, observou o secretário, acrescentando que existem pendentes junto ao poder público, hoje, 1,4 mil solicitações para prospecção e pesquisa mineral no território baiano, o qual deve se firmar como o segundo maior produtor de minerais do país.
A intensificação desse setor, por sua vez, exige uma infraestrutura logística. Gabrielli enumerou algumas obras estruturantes em andamento no Estado que vão beneficiar tanto a produção mineral quanto outros polos produtivos do território baiano, a exemplo, entre outros, do eucalipto (Extremo Sul), grãos (Oeste), caprinocultura e frutas (Norte) e indústrias (Região Metropolitana de Salvador).
“Existem ilhas de atividades na Bahia, mas com um vazio estruturante. Por isso, estão previstos grandes investimentos que vão unir esses polos e gerar uma nova forma de circulação de mercadorias no estado”, destacou o secretário do Planejamento. Entre as obras que terão um impacto mais direto no Território de Identidade do Vale do Jiquiriçá, ele cita a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), que beneficiará fortemente a mineração, e a ferrovia que partirá de Minas Gerais, passando por Brumado, rumo a Juazeiro. Esta última atravessará o Vale do Jiquiriçá e tem previsão de licitação em setembro, pela Empresa de Planejamento e Logística S.A., ligada ao Ministério dos Transportes.
Apesar de não ter impacto direto sobre o território, observou Gabrielli, obras como a hidrovia do São Francisco (Ibotirama – Xique-Xique) e a Ponte Salvador-Itaparica têm reflexos na região. A ponte, por exemplo, reduzirá em média 150 quilômetros a distância para a capital.
CRESCIMENTO – O Território de Identidade do Vale do Jiquiriçá possui 20 municípios (Amargosa, Brejões, Cravolândia, Elísio Medrado, Irajuba, Itaquara, Itiruçu, Jaguaquara, Jiquiriçá, Lafaiete Coutinho, Lagedo do Tabocal, Laje, Maracás, Milagres, Mutuípe, Nova Itarana, Planaltino, Santa Inês, São Miguel das Matas e Ubaíra), com uma população de quase 302 mil habitantes. Neles, são injetados por ano R$ 86 milhões através dos programas federais Bolsa Família e Aposentadoria Rural. Em 15 das 20 cidades, os recursos que ingressam por meio dos programas de distribuição de renda superam a verba recebida pelas prefeituras por meio do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
Esse cenário, explica Gabrielli, tem fomentado o crescimento, especialmente nas cidades de pequeno e médio portes, dos setores de comércio, serviços e construção civil, enquanto, por outro lado, o poder municipal fica limitado para atender as pressões por novas obras de infraestrutura. O secretário do Planejamento observou que a o Território do Vale do Jiquiriçá vem crescendo a “taxas chinesas”. Ou seja, a uma média anual de 11,6%, patamar quase semelhante ao da Bahia, que é de 12,6% ao ano.
O secretário pontuou ainda outros índices positivos do território. É o caso do programa Luz para Todos, que já garantiu 96% dos imóveis com ligação de luz elétrica. E também a redução da população em situação de extrema pobreza, ou seja, vivendo com menos de R$ 70 ao mês. Em 2000, 30,1% dos habitantes estavam nesta condição, percentual que reduziu para 19,4%. “Sabemos que tem muito a ser feito e a meta do governo Dilme é extinguir esse flagelo até 2016”, disse Gabrielli.
METAS – Diversas ações estão previstas para o Território do Vale do Jiquiriçá no período de 2012-2015, conforme o Plano Plurianual. Entre elas está a construção e recuperação de 96 metros de pontes, viadutos e passarelas, recuperação de 47,4 km de rodovias, construção de uma praça poliesportiva com equipamentos de ginástica, de um mercado municipal e quatro equipamentos esportivos e de lazer, implantação do acesso à internet banda larga em uma sede municipal, distribuição de energia para 1.723 consumidores residenciais e empresariais e, ainda, a instalação e eficientização de 1,8 mil pontos de iluminação pública.
Gabrielli se comprometeu ainda a buscar junto à Secretaria de Saúde uma solução para um problema apresentado hoje pelos prefeitos presentes. Eles pleiteiam um hospital regional, pois alegam que a unidade de Jaguaquara, que é municipal, está sobrecarregada e não tem estrutura para atender a demanda de toda a região.
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Pablo Barbosa
Assessoria de Comunicação
Secretaria do Planejamento do Estado da Bahia