por Julio Cezar de Oliveira Gomes

Não é novidade para Ilhéus a eleição de Jabes Ribeiro para prefeito. Ele já exerceu o cargo por nada menos do que três outras vezes, de 1982 a 1988, de 1996 a 2000 e, reeleito, de 2000 a 2004. Se o primeiro mandato, do então jovem Jabes Ribeiro em 1982 se destacou por novidades positivas como os programas de melhoria nos morros (ou altos) da cidade e outras inovações, pode-se dizer que os dois últimos mandatos, entre 1996 e 2004, foram, no mínimo, muito apagados, fracos mesmo.

Mas estamos no início de um novo quadriênio administrativo, e queremos olhar para o futuro. O passado, é certo, é uma referência histórica, onde podemos buscar erros e acertos, Mas é o porvir o que realmente interessa.

É da maior importância enfatizar isso: Estamos ligados no futuro, no que vai ocorrer de hoje em diante. Queremos uma Ilhéus capaz de construir, de crescer, de marchar em direção a dias melhores. Uma Ilhéus onde a saúde, a limpeza urbana, a educação básica, os programas sociais – sejam eles do Governo Federal ou em parceria com o Município – funcionem de verdade, deem resultados positivos para o conjunto da sociedade, e não somente para a classe mais abastada, ou para aqueles mais próximos ao exercício do poder.

Talvez esta tenha sido a grande lição politico-administrativa do Brasil nos últimos anos: a busca do crescimento para todos, da inclusão social, da efetivação do exercício da cidadania por meio do aumento da renda e dos instrumentos sociais que ela proporciona, tais como acesso e uma educação melhor, a moradia, bens e transportes melhores, a inclusão digital com computadores e internet até mesmo para muitas pessoas da periferia, antes alijadas de tudo.

Claro que sabemos que as atribuições e possibilidades de um governo municipal, como o que ora se inicia, são diferentes e de menor proporção do que as de um governo estadual ou federal. Mas não são menos importantes.

A Constituição de 1988 deu grande autonomia e importantes atribuições aos municípios, como, por exemplo, possibilidade de gestão plena na saúde e na assistência social, obrigatoriedade de manutenção de toda a educação básica, capacidade de dispor e decidir em matérias como meio ambiente, políticas sociais, organização do espaço urbano e muitas outras de grande impacto na vida do cidadão comum.

Por isso, embora não tenha votado em Jabes – e particularmente não morra de amores por ele – mas torço para que faça um bom governo.

Ilhéus não tem mais tempo a perder. Já patinamos demais no atraso, já perdemos investimentos e parcerias demais, já comprometemos a formação de gerações por conta de incapacidade administrativa e, também, por culpa do alheamento de nosso povo, que se preocupa muito mais com futilidades do que com coisas de real importância social.

Desejo que este Jabes que agora assume o governo, mais maduro, mais experiente, decerto despido de algumas ilusões da juventude e também de algumas vaidades, mantenha o ardor de realizar, de administrar, de fazer crescer, de inaugurar, de fazer uma boa administração, que nos coloque a todos em um patamar melhor.

Nem Jabes, em sua maturidade; nem Ilhéus, em seus descaminhos, podem se permitir perder mais tempo. Torço, sinceramente, para que tudo dê certo.

*Julio Cezar de Oliveira Gomes é graduado em História e em Direito pela UESC – Universidade Estadual de Santa Cruz. e-mail juliogomesbr@ig.com.br