A nossa cidade foi contemplada ao longo da sua história, com inúmeras figuras que tiveram participação intensa na formação do seu perfil.

O trabalho para resgatar este acervo é uma tarefa difícil, pois requer pesquisa, estudos e muita boa vontade para levar adiante a empreitada.

Dispomos de pessoas capacitadas para discernir o assunto. Vejamos: Maria Luiza Heine, José Nazal, Arléo Barbosa, Libério Menezes Filho, José Rezende, José Leite, Alfredo Amorim, Barão de Popof e outros que a memória falha nessa hora.

E muitas das coisas da vida de Ilhéus estes historiadores vem contando através de suas matérias e livros lançados. Belíssimo trabalho de todos eles. É o resgate da memória de um povo.

Atrevo-me, neste momento, a escrever algumas letrinhas sobre um personagem que toda a cidade conhece: ADEMAR DU BOLO.

Ademar Almeida Porto, natural de Salgado (SE), nascido em 21/10/1935, seus pais Rosalvo Almeida Porto e Josefa Siqueira Porto, casado com Dona Nilza, dois filhos, quatro netos, um bisneto, seus irmãos Aloísio, Valtércio, (falecido), Iolanda, José, Edivaldo (falecido), Emília e Edinaldo, chegou a Ilhéus aos 12 anos de idade, a bordo do lendário navio Comandante Capela.

Gostar de Ilhéus mais do que Ademar, só o eterno Guerrinha, precursor do turismo na cidade e nas suas viagens divulgando as nossas belezas. Quando está num bate-papo com algum visitante, o velho Ademar coloca pra fora toda a sua alegria, todo o seu imenso amor por Ilhéus, tem o título de Cidadão Ilheense.

Como desportista, foi excelente atleta, ocupante da pior posição num time de futebol, a de goleiro, Ademar soube se comportar como poucos embaixo dos três paus, que o diga os torcedores do Colo Colo e do Flamengo, dois dos melhores times da Liga Ilheense de Desportos Terrestres.

Como jogador de futebol passou pelo Flamengo (Ilhéus) de 1951 a 1956, Siderúrgica Esporte Clube (MG) 1956, Fluminense (Feira de Santana) 1957, Colo-Colo (Ilhéus) 1958 a 1969, inclusive três anos como profissional e conquistou vários títulos.

Mas a sua verdadeira paixão, depois da sua querida Ilhéus, é pelo Vasco da Gama, o qual enfrentou defendendo a seleção.

Uma das virtudes de Du Bolo é a sua preocupação em preservar amizades, nesse ponto ele é imbatível, com seu sempre bom humor e brincadeiras, procura se acercar de muitas pessoas e chegar às lágrimas, como aconteceu ao perder dois dos seus grandes amigos Antonio Horácio Mota Santos e Jayro Seixas, inseparáveis em todos os momentos e também quando ficamos presos no barco em uma das ilhas da Lagoa Encantada.

Nas partidas de dominó, Ademar e Horácio faziam misérias. Sempre sentavam um de frente para o outro. Segundo Ademar, Horácio era tão amigo que às vezes passava com uma bucha na mão para não lhe prejudicar no jogo.

Os sinais, os toques nas pernas por debaixo da mesa, eram por demais praticados por esses dois amigos e, na maior cara de pau, se autodenominavam campeões de dominó.

Ilhéus sente orgulho em ter um filho adotivo da sua qualidade.

Pois é caro amigo ADEMAR DU BÔLO! A vida tem que ser vivida dessa maneira, com alegria, bom humor, amizade, fraternidade e tudo isso você tem o saudável hábito de fazer todos os dias.

Grande abraço amigo/irmão.

ZÉCARLOS JUNIOR