“Ilhéus está na UTI e respirando por aparelhos”. Jabes Ribeiro

Hoje, no salão nobre do palácio Paranaguá, o prefeito Jabes Ribeiro concedeu entrevista coletiva. Profissionais de comunicação do eixo Ilhéus-Itabuna marcaram presença num bom número.
Mais uma vez e, pelo visto propositadamente, ele escancarou o caos instalado na prefeitura de Ilhéus. Dedilhou um rosário de números e situações conflitantes com a função de um gestor. Deu uma paradinha para tentar entender como alguns servidores que estariam, no máximo, com mil reais … recebendo mais de 10 mil reais/mês …
Experiente, ele conduziu a coletiva (na sua parte inicial) de uma maneira que estava mais para reflexiva do que propriamente informativa. Quando prendeu a atenção dos presentes ele se soltou e mandou ver …
Bela sacada foi ele reforçar o chamamento para a sociedade civil organizada conhecer o real momento pelo qual passa a prefeitura. É evidente que nessa sociedade existem os simpáticos, os resistentes, os indiferentes e os opositores. O que ele quer com esse chamamento? Mostrar e dizer: “não precisa gostar de mim e sim de Ilhéus. A cidade não é minha … sou apenas o gestor e por isso todos devem contribuir para tirar o município da UTI e levá-lo para um apartamento em que pese ser necessário ainda o uso de aparelhos monitorando a quase moribunda Ilhéus. Na verdade é para evitar cobranças de imediato …
Tenho certeza que ele vai seguir nessa toada. Na verdade ele não tem outro caminho porque a governabilidade está dividida entre esse apoio da sociedade e os atos/ações do governo do estado.
Para a sua peregrinação não serão necessários GPS, bússolas ou mapas para encontrar (e logo) Ministério Público, Tribunal de Contas, Governo do Estado, Secretarias de Governo, Ministérios etc. É evidente que ele não perdeu a oportunidade de mostrar/dizer que circula com desenvoltura em vários setores do governo baiano e, na esfera federal também. Acontece que essa senha de acesso aos locais de decisões não será suficiente para tirar, de imediato, a cidade do estado em que se encontra. Se a casa não for arrumada nem Deus com o gancho e o diabo com o garrancho farão abrir os caminhos para a tão buscada solucionática para a grave problemática que nos meteram…
O bálsamo veio quando ele disse de uma conversa com Otto Alencar, vice governador da Bahia e dessa conversa saiu o pedido de uma patrulha mecânica (para cuidar do interior) e o recapeamento asfáltico que Jabes fez questão de frisar que não se trata de “tapa buraco”. Disse que vai colar com Otto porque é o homem da infraestrutura do governo do estado e Ilhéus precisará, decisivamente, dele.
Numa espécie de sessão nostalgia do tipo “bons e velhos tempos” lembrou que deixou um bom saldo na conta da saúde (naquela época algo em torno de 500 mil), disse dos carros (da frota) e quando estabeleceu uma relação com o momento atual fez aquele gesto que significa “sabe Deus para onde foram ou onde estão tantos carros …”.
Para evitar determinados questionamentos, lembrou Jabes que quando a cadeia produtiva do cacau “rodava” certinha as coisas eram mais fáceis para se administrar. Hoje, sem cacau, vai valer criatividade e estabelecer, criteriosamente, prioridades. Investir na vocação turística aproveitando que o seu secretário (Alcides) – que é do mesmo partido da pasta estadual – e, por assim dizer , ver o que pode ser feito não tão de imediato (por conta dos entraves que inviabilizam ações rápidas). Repetiu que precisa arrumar a casa para poder, tecnicamente, dar passos futuros.
A cidade quebrada não cabe carnaval. Tá muito em cima e se não for uma coisa bem trabalhada o retorno em forma de impostos (arrecadação) é mínimo e ele não vai entrar nessa. Ilhéus tem outras prioridades e o carnaval, mesmo sabendo que o povo gosta de brincar, não está na cabeça da sua lista …
A coletiva rendeu frutos positivos. Não houve promessas mirabolantes, ações mágicas, nem coelho saindo de cartola, chapéu, boné ou quepe. A situação foi desnudada com muito cuidado, os informes básicos aconteceram e a transparência tão cobrada virá em forma de um portal.
Jabes deixou uma boa impressão.
Agora é aguardar que cada um faça a sua parte e que a cidade seja o objeto central de cada uma dessas ações.
Foi o que vi e sentí na tarde de hoje.
Grande abraço e fique com DEUS (Sempre!).
Rabat.
Caro Editor Roberto Rabat,
O início é sempre dramático, haja visto a precária situação em que se encontra a nossa querida cidade de Ilhéus.
De minha parte vou dar um voto de confiança ao atual alcaide e sua equipe, na esperança de ver restaurada a normalidade político/administrativa, afinal, sob todos os aspectos estou torcendo por Ilhéus e seu povo.
Mas como cidadão vou ficar atento a tudo e a todos e jamais pouparei críticas e cobranças ao atual alcaide, a cidade de Ilhéus não pertence a nenhum político e/ou partido, Ilhéus pertence a todos nós, nativos e adotivos.
Quero que as medidas inicialmente adotadas surtam o efeito desejado,a prefeitura está realmente precisando de uma gestão de choque, a bagunça institucionalizada nestes anos é qualquer coisa de anormal numa gestão pública.
Estou de olhos e ouvidos prontos para acompanhar tudo o que aconteça na cidade, afinal, esta é a medida exata de um cidadão com plenos direitos e obrigações.
ZÉCARLOS JUNIOR